O nascimento do natal e o sol invictus (parte I)

 Então o natal....

 

            Como não poderia deixar passar, essa postagem é sobre o natal e a origem da data, buscando a origem do dia 25 dezembro, porém, focando um pouco mais no culto solar que antecedeu a criação do cristianismo romano, e também foi a base de estrutura quando o cristianismo tornou-se a religião oficial do antigo império. O texto é composto por informações presente no melhor livro que encontrei chamado O culto solar de Gaston H. Halberghe (não há versão em português do livro e nem encontrei muitas informações sobre o autor na internet). Mas o livro é uma boa base sobre os diferentes momentos do culto solar em na Roma Antiga. 

Nesta primeira parte mostra algumas diferenças de ideias e indícios e tendências de pensamentos teológicos de diferentes períodos assim como os indícios arqueológicos do culto entre os romanos.

OBs: revisões são constantes


 

Esse texto é baseado no livro o culto do deus solar de Gaston H. Halsberghe, e as informações são para dar uma luz ao que esse livro expõe sobre como o culto solar dentro do Império romano tomou várias formas e sofreu diversas influencias e até o estabelecimento do cristianismo como religião oficial do governo romano, outros povos e pensamento serviram de base para estabelecimento do culto solar no império.

Halsberghe nos diz que durante os primeiros século de Roma, a população era composta por fazendeiros e que a religião era uma prática mais familiar ( um bom livro em português sobre o assunto é do historiador Fustel de Coulanges, “A cidade antiga”). Em relação a religiosidade os romanos eram bem conservadores. Os Di indigites, os “deuses” nativos, por assim dizer, satisfaziam as necessidades religiosas do povo romano, entre os mais importantes estava Jano, Júpiter, Marte, Quirino e Vesta que cuidavam de todas as possíveis eventualidade que os adeptos poderiam ter, embora também possuiam uma série de divindades menores com aspectos voltados para agricultura, fertilidade, segurança e honestidade. Penates, Lares e Genii que, junto com Vesta, eram cultuados com ritos especiais, principalmente na intimidade de o círculo familiar.

Neste complexo bastante díspar de divindades e seres deificados, um o lugar menor, mas independente, foi ocupado deus do sol, protetor da fertilidade, saúde e honestidade. Desde os primeiros tempos, Roma deve ter conhecido e venerado uma divindade Solar. Há evidencias de que já havia um culto solar entre os romanos. Frequentemente a carruagem do sol e o disco solar estão presentes em rochas e nas cavernas, calendários assim como representações antropomórficas de uma divindade solar. a mais antiga evidência conhecida de a adoração do deus sol é fornecida pela representação em um Bigatus romano datado da Segunda Guerra Púnica 3. A figura de Sol em uma carruagem puxada por quatro cavalos, como costumava ser mais tarde retratado, é encontrado em Agenário da Gens que Manlia atingiu em 135 A.C. '.

A tradição de fato não faz referência a um deus do sol, mas no Fasti of Philocalus, um calendário que data da época de Augusto mas antes de 27 a.C., há uma indicação muito importante para a data dia 9 de agosto: Soli indigiti in colle Quirinali (Ao sol nativo na colina Quirinal). Isso fornece evidência conclusiva de que um Sol autóctone se referia aqui. Durante as últimas décadas da República houve um aumento interesse nas formas de religião que haviam ficado em segundo plano ou foi esquecido. Como resultado, o culto do Sol tornou-se cada vez mais importante. Antes de Augusto, Antônio deu maior destaque à adoração do Sol retratando o deus do sol em suas moedas I, o representação em um datado de 43 a.C. sendo considerado um precursor do sincretismo solar posterior . Nesta moeda, o deus sol é mostrado de pé nu com uma auréola e as asas da Vitória; ele está voltado para a esquerda e tem o pé direito sobre um globo. Em sua mão direita ele segura o caduceu, em sua esquerda o chifre da abundância. Nas costas dele pendure o arco e a aljava de Apolo. O escudo de Marte permanece atrás dele; em um cone truncado na frente dele uma águia, o pássaro de Júpiter e Sol, abre suas asas. O todo representa o concentração de todo o poder divino no deus sol.

Esta tendência tornou-se ainda mais pronunciada sob Augusto, que fez disso a própria base de sua política religiosa. Fiel ao tradição republicana, ele lutou contra a superstição e não confiou nos Cultos orientais, lembrando que o oriente que está send falado aqui não é o que conhecemos por oriente hoje, mas sim regiões mais próximos ao que chamos hoje oriente médio e parte da áfrica, principalmente khamet (Egito). No entanto, ao favorecer o culto de Apolo, ele estabeleceu a base para a extensão da teologia do sol por alguns séculos mais tarde. Quando, após a conquista do Egito, Augusto enviou dois obeliscos a Roma para ser erguido no Circus Maximus  (lugar de cerimonias e entrenimento) e no Campo de Marte (lugares dedicados as conquistas e também ao treinamento militar),  e os dedicou ao Sol, as cerimônias, sem dúvida concernia ao deus sol autóctone. Liderado por suas convicções, Augusto estava determinado, antes de mais nada, a dar novo brilho a os antigos cultos do povo romano e, se necessário, resgatar eles do esquecimento. Ao fazer isso, ele deliberadamente dirigiu mais Cerimônias orientais fora do pomerium (fora dos limites da cidade).

Na interpretação de Halberghe, os obliscos trazidos por Augusto expressa uma demonstração de gratidão ao antigo deus do sol romano. Os fato desses obliscos terem sido trazidos plantados em Roma demonstra, segundo compreende, como uma reverencia ao antigo deus sol romano que teria ajudado a conquistas romanas, e os dois obeliscos egipcios representavam bem essa ideia, porém, o culto solar egipcio era complexo e também muito antigo, possuindo também diferentes interpretações e práticas de acordo como época. Contudo vale destacar que eram simbolos de deuses estrangeiros para os romanos. Com um culto propriamente romano dentro do imperio. Sol indiges, como os oblistos foram espoliosde guerra o lugar mais adequado para eles foi o chamado Campo de Marte.

Em relação há influencia grega o autor afirma que, no panteão grego havia apenas um lugar pequeno e sem muita importância para o deus Hélios, em comparação com os outros deuses, e apenas alguns - e é impressionante quão poucos textos epigráficos são dedicados a ele. É verdade que a figura colossal do deus do sol em uma carruagem de corrida puxado por quatro cavalos, que foi erguido em Rodes, foi feito por Lysippos. Ao que tudo indica o culto ao sol romano não tem muita relação com o culto na Grécia. Há também uma relação entre o deus solar romano e os jogos, o sendo chamado Circus Maximus um dos seus templos – para justifica isso o autor cite o texto no calendário Augustiniano em que o aniversario de fundação do templo em Quirinal em nove de agosto, do templo do sol no Circus Maximus em 28 e agosto.

Os legionários são os responsáveis pelo crescimento do numero adeptos aos cultos-solares, particularmente o Mitraismo, e a influenciado Sol Invictus Elagabal, o mais importante deus sol Sirio, tornou-se a maior contribuição para o proeminente culto solar no início de século III A.D. A teologia desenvolvida nesse tempo reconhecia a fonte visível de luz e calor abrangia todas deidades para quem os outros deuses eram relacionados como aos raios de luz para suas fontes. Nesta teologia quando todos os deuses derivam do deus Sol.



O culto do Sol Invictus sírio era, portanto, suficientemente conhecido para adquirir adeptos zelosos muito além de suas fronteiras originais. Isso, é claro, exigia circunstâncias favoráveis, e estas foram percebidas quando os próprios imperadores entraram em contato na Síria com o novo espírito que possuía os seguidores de Sol Invictus Elagabal, o Deus Invencível do Sol. A devoção ao Sol invictus, o deus sol, começou a  crescer no século II, não por causa da a atenção dada aos benefícios do sol de cada dia ou pelo papel  dado ao sol no sistema cósmico, mas devido a questões políticas que interviam nas cerimonias religiosas. O culto solar romano não estava baseado somente questões filosóficas, mas também estava baseava-se nos dogmas astronômicos sacerdotais orientais.

Literatura e ficção romantizadas contribuiram para espalhar várias teorias teológicas (viam o sol como um rei rodeado por seus servos e que regulava o curso dos corpos celestiais, o sol como o coração do universo e restaurador da vida etc) sobre o deus-sol, assim como, a politica já no final do império serviu-se das concepções teológicas. Os imperadores viam a si mesmo como cometas do deus-sol e assim se reverenciavam. Com isso eles acabaram estabelecendo um culto público ao sol, pois seriam assim, descendentes do próprio deus-sol. Propaganda, pregação e difusão desses ensinamentos por sacerdotes orientais, ajudaram a estabelecer e garantir a incontestável supremacia do culto ao Sol Invictus.

Halsberghe assegura que desde o início do segundo século, o culto oriental do “Sol invictus–sol invencível penetrou em Roma em dois modos diferentes: privativamente, através do culto do Sol invictus Mitra e publicamente através do Sol invictus Alagabal. Conquanto discordemos do autor sobre a data da difusão do mitraísmo, pois há significativos indícios de que havia alcançado Roma já no primeiro século D.C., a diferenciação entre os dois cultos é persuasivamente demonstrada. O mitraísmo primordialmente era um culto privado, embora contasse entre seus adeptos magistrados e imperadores. O Sol Invictus Alagabal, por outro lado, era um culto popular com grandiosos templos, e durante o governo do jovem imperador. 

 continua(?)

FONTE:  

HALSBERGHE, Gaston H. The cult of Sol invictus. Brill Archive, 1972.  

 solar Imagery and Early Christian Iconography BY James £. Walker

Site: https://www.facebook.com/avozdatora/posts/1994368914108410/

 

Comentários

Postagens mais visitadas