Steve Biko e a origem do termo Consciência Negra, e o racismo implicito na tal Consciência Humana.


Olá, Prof. Ed falando vou deixar o material disponível para esse importante dia, que é um momento de discussão e não de ficar dando feliz dia da Consciência negra ou ficar falando de consciência humana sem nem saber o que quer dizer o termo Consciência Negra.


A ideia de Consciência Negra foi criada pelo líder Sul Africano, Steve Biko. Assassinado ainda jovem pelo regime do Apartheid, Steve Biko influenciou as lutas de independência no continente africano, e o movimento negro pelo mundo, inclusive no Brasil.

Steve Biko é um dos principais nomes na história internacional do movimento negro e anti-colonial.
Ele nasceu em 18 de Dezembro de 1946 e foi torturado e assassinado pelo Apartheid em 12 de Setembro de 1977, aos 30 anos de idade.
O ativista foi um dos principais nomes na luta contra o Apartheid e foi um mobilizador da juventude negra daquele país. Enquanto era estudante de medicina, formou a Organização dos Estudantes Sul-Africanos, cuja sigla em inglês significa SASO.
Para o ativista, ser negro não é apenas reflexo de uma pigmentação na pele ou de traços físicos negros, como a textura do cabelo, o formato do nariz, a grossura dos lábios. Essas características, suficientes para a pessoa ser uma “não-branca”, são insuficientes para definir a pessoa enquanto negra.

A aspiração e desejo de um negro de seguir o padrão branco faz com que essa pessoa também seja uma não branca. O corpo e a cor da pele preta se tornam empecilhos para essa mulher ou esse homem atingirem o ideal, que na sociedade ocidental é o branco.
Servir à polícia, por exemplo, transformaria um negro, de acordo com a visão de Steve Biko, em um não-branco.
Essa reflexão também foi empregada na África do Sul para a ação do Estado de cooptar lideranças negras. O Apartheid construía parlamentos que, mesmo sem o poder de decisão, tinham a participação de lideranças negras que, de acordo com Steve Biko, funcionavam para frear o ímpeto e a rebeldia da comunidade negra.
Esses, utilizados pelo Estado como forma de frear os avanços de negras e negros, eram também descritos como não-brancos.
A consciência negra para Steve Biko girava também em torno de um reconhecimento do racismo e da condição daquele sujeito enquanto negro na África do Sul. Descrever-se como tal era o primeiro passo no caminho da emancipação, de acordo com o ativista.
a consciência negra motiva a compreensão da necessidade de que negras e negros trabalhem enquanto comunidade pelo fim do racismo e da servidão.

Esse reconhecer-se também passa pelo aceite dos valores, costumes e tradições, e pela reformulação da imagem do negro no campo da cultura, educação, religião e economia. A consciência negra é a possibilidade de a comunidade negra ter orgulho dos seus valores, costumes, tradições.

texto: Pedro Borges
disponivel em https://www.almapreta.com/editorias/realidade/steve-biko-e-a-consciencia-negra

E a consciência HUmana?

Bem é notável como a estrutura racista da sociedade tem a artimanha de controlar discursos e esvaziar espaços e questões das falas de movimentos sociais, principalmente quando se trata de questões raciais. As instituições prendem e matam grandes lideres que despertam para temas que incomodam o status quo, jovens morrem na beira da vala, seja com guarda-chuva ou com uniformes escolares e ninguém se importa, a mídia naturaliza e banaliza a morte de jovens negros e negras, o ultimo mapa da violência aponta que a cada 100 mortes no país, 71 são jovens negros. Mas nada disso importa, os seus morrerem é da vida, você reclamar disso e reivindicar espaços e equidade socio-racial, ai já é demais. Para um país que elegeu um canditado que se orgulhava de denegrir a imagens de quilombolas, inclusive sendo condenado judicialmente por isso, e que traz junto um vice-presidente com traços indígenas que acredita em branqueamento para melhorar a sociedade, o que esperar, falas diferentes dessa?! Uma coisa que aprendi foi se não sei não discuto, prefiro duvidar do que afirmar meu senso comum. Enquanto estiver página para ler e voz irei ensinar, instruir, para quem quiser ouvir e se propõe a repensar, quem não estiver disposto isso só posso lamentar e policiar.

“A arma mais potente do opressor é a mente do oprimido”.




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