Mito e Ritos: Conceitos, tipos e exemplos (pode ser usado de sétimo a oitavo ano)

Olá Prof. Ed. falando, bem voltamos aos trabalhos escolares depois de uma greve eleitoreira do Sindicato. E na volta entramos terminando um assunto que sempre rende bastante. Mito e mitologia, costumo dividir esse conteúdo em diferentes anos com diferentes abordagens. Esse trabalho com mito e rito a partir do sétimo ano já dá pra ser trabalhado. Na semana que vem postarei o trabalho com sexto ano em relação a esse assunto e também o projeto lúdico que desenvolveremos com algumas turmas esse ano. abrçs, compartilhe e comente.

Mito vem do termo grego mythos que era usado no sentido de palavra. Porém, o mito ganhou com o tempo o significado de mentira, como uma forma desmerecer as explicações que não vinham da ciência, que tornou-se a principal, mas não única, forma de explicar o mundo através do uso da Razão (logos). 

Porém, com os avanços das chamadas Ciências Humanas o mito foi ganhando sua devida importância dentro da compreensão sobre uma determinada sociedade. O mito é a base do pensamento religioso, através dos mito é que o pensamento religioso se sustenta. Podemos definir o mito como: uma narrativa fantástica que explica sobre a origem de algo, e ensina sobre alguma questão fundamental para existência humana.  Essas narrativas estão presente em todas as sociedades estudadas, ou seja, não foi encontrado até hoje povos que não possuíssem histórias que explicavam a realidade segundo acreditavam determinado povo. 

Devemos ter uma noção clara que “Mito” é um termo técnico que usamos para estudar as crenças dos outros, porém, para os povos essas histórias de monstros, heróis, seres gigantes e poderosos eram verdadeiras e eram vivos como eu e você.  Outra coisa importante para entender é que o mito acontece em um tempo primordial (no princípio de tudo), muito longe do ser humano, chamamos esse tempo de Tempo Mítico
Três tipos de mito: 

• Mito Cosmogônico: Fala sobre a criação do cosmos (universo) e tudo o que existe nele

• Mito Teogônico: Fala sobre a criação de deuses e deusas (presente bastante em crenças politeístas)


• Mito Escatológico: Fala sobre o fim do mundo.  ( lembrando que o mito, trata-se de uma linguagem simbólica, portanto, deve ser analisado não como verdade absoluta e sim como algo a nos ensinar. Apesar de a maior referência a fim de mundo ser o texto do livro sagrado judaico-cristão, jamais deve ser aplicada para analisar outras cosmovisões se não com o objetivo de comparações)


É importante lembrar que para efeito de estudo os mitos usam uma linguagem simbólica muito poderosa que fala direto para existência humana.  Por exemplo, quando falamos de fim do mundo, pode não ser a destruição de verdade mas sim simbolicamente. Lembrando que para aqueles que acreditam realmente as histórias são verdadeiras.  
Rito, segundo o autor M. Eliade, é a re-atualização do mito, ou seja, o mito acontece no tempo longe do ser humano (Tempo Nítico). Logo, para reviver esse momento tão importante ao humano religioso, através de uma repetição simbólica esse momento cheio de significado. O termo rito também é usada para momentos de celebrações não religiosas, por exemplo: Rito de formatura, Casamento civil, Abertura de jogos olímpicos e copa do mundo.  
Dentro da religião, o rito é importante, pois é o momento da união entre aqueles que acreditam e a realidade superior (transcendente). O mito vai ser a história que o religioso acredita, e o rito vai ser então a forma de vivenciar esse momento importante para ele.

O Ritual Religioso: ritual pode ser definido como um conjunto de atos e gestos organizados para celebrar um momento divino (tempo mítico). Exemplo: Na missa católica o padre usa a hóstia e o vinho para reviver o momento da Santa Ceia, um momento importante sobre a figura de Jesus, presente e confirmado pelo livro sagrado católico. Já os Pentecostais, utilizam uma outra passagem do seu livro sagrado para justificar a manifestação do dom de línguas, o chamado Pentecostes. Os rito são bons para transmitir conhecimento, valores, reproduzir relações sociais

 Características: 

Formalidade ( normas que devem ser seguidas); 
Estereotipia (repetição de movimentos);
Condensação (junção de vários elementos); 
Redundância (repetição).

Tipos de Rituais

 • Rito de Iniciação:  Realizado quando a vida social/religiosa começa.  Exemplos: batismo cristão, iniciação no candomblé iniciação islâmica, Iniciação Tupi




• Rito de Puberdade (social): Quando há mudança para da vida infantil para a vida adulta. Exemplos: A luva de formigas da tribo Sateré Mawé;  Naghol (Salto no vazio ) da tribo “SA”, no Pacífico; 



• Rito Mortuário: Celebração da passagem da vida para morte (além-vida). Exemplo:  mumificação egípcia; Noukan japonês.




Referencias:

ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano; [tradução Rogério Fernandes]. São Paulo: Martins Fontes, 1992
PEIRANO, M. Rituais Ontem e Hoje. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. 2003

SEGALEN, Martine. 2002. Ritos e rituais contemporâneos . Rio de Janeiro: Editora FGV   

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